Wednesday, November 11, 2009

O Anoitecer


Existem muitas coisas que eu gosto, sinceramente uma das minhas preferidas é o anoitecer.Adoro aquele céu denso, pesado de um azul marinho profundo, as nuvens ainda douradas do céu fazem parte de uma pintura majestosa da mãe natureza.O clima da cidade, a brisa da noite de verão, que balança as árvores e traz ao olfato o prazer do cheiro das marés que se agitam com a chegada da lua.
Imagino o cair da noite, em muitos lugares, é quase o momento mágico onde o universo se une em um todo em meus pensamentos.Imagino as casas de tom terra na antiga Palestina, onde não existem internet e nem televisão para nos afastar de momentos como esses, os mais velhos sentam-se nas beiradas das portas, e entre uma xícara de chá de menta e outra, contam a herança de seus antepassados aos mais novos que o observam atentamente, batizados por um céu quase tocando a terra cheio de estrelas brilhantes, com aquele vento quente típico que sopra trazendo um pouco de fresco de um dia escaldante.Dali a pouco, me vejo em uma cidade do interior desse nosso Brasil, a mãe que cozinha de porta aberta, deixa o odor do arroz feito na hora invadir a casa, o cachorro impaciente esperando sua porção, crianças de pé no chão, correndo por um piso de cerâmica gelado, ecoando pela casa um riso quase contagiante que faz a avó rir de boca fechada meio que de lado, sem largar o seu crochê, a brisa balança as copas e a dama da noite solta seu perfume, casais namoram na pracinha, enquanto os de meia idade jogam conversa fora pelos bares tomando suas cervejinhas.
Não importa aonde seja, o anoitecer sempre e mágico, é o horário da recompensa, de um dia de trabalho, onde uma rede na varanda basta, para trazer um pouco do paraíso para o infernal cotidiano.
Me lembro quantas vezes, admirei a noite, de cima de um avião, principalmente quando passava por cima daquelas ilhazinhas no oceano, milhões de pontinhos de luz, como jóias perdidas sobre as águas, milhares de vidas, celebrando a chegado do merecido descanso.
Pelo centro da cidade, uma simples caminhada transforma-se em uma aventura.Personagens diversos, típicos da noite começam a tomar os espaços que antes eram lotados de pessoas ocupadas pela rotina profissional.As lojas fecham, uma funcionária aguarda a outra na porta, risos e um graças a Deus se escuta pelas calçadas.É hora de voltar para casa, tomar um banho, e descansar com os cabelos molhados cheirando sabonete e creme.
É hora, de esquecer dos problemas, de contemplar e agradecer a Deus porque mais um dia foi vencido na guerra urbana pela sobrevivência.


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