Sunday, December 20, 2009
A Esperança
Quem não deseja, após as fadigas de uma longa caminhada, encontrar um lugar onde possa descançar à sombra de árvores frondosas; refrigerar-se com a água fresca e cristalina de uma fonte e respirar o odôr de flôres perfumadas?
Assim, na jornada da vida, quão intoleráveis e áridos não seriam os nossos dias, se não tivéssemos para amenizá-los, a Esperança, essa "amável companheira da vida" que tanto nos alenta e estimula. Sem ela, o lavrador não teria tanta perseverança e constância para cultivar a terra, o marinheiro não arrostaria a sanha do mar furioso e embravecido; o enfermo não suportaria suas dôres, nem o cativo o peso do seu cativeiro.
...Não fôra a Esperança, sucumbiriamos ao peso dos males que se sucedem. "Ela tem a arte de separar de nós o que está em contáto conosco, e aproximar de nós o que julgamos inatingível; livrá-nos do presente, quando inoportuno, e nos traz o futuro, quando êste parece vantajoso".
Não existe lar, rico ou pobre, que não a acolha; não há coração, altivo ou humilde que não o abrigue. Por onde passa, deixa benefícios e consolações, sobretudo nos lares construidos em choupanas e casebres rústicos e nos corações desesperados e aflitos.
Se os corações abrigam essa esperança terrena, tão sujeita aos enganos, por que não acolher a mais promissôra esperança a divina, que não consente esperemos em vão? Po mais que nos alimentemos dessa Esperança, nunca será demasiado, pois tem por fim levantar-nos, fortalecer-nos, aliviar-nos as dôres e estancar-nos as lágrimas.
Saturemos nosso coração dessa Esperança, fresca viração que ameniza os ardores da vida. Estrela que brilha no firmamento da existência, nas noites mais sombrias; artista que sabe colocar sobre as urzes que cobrem nossa vida, flôres aromáticas; acorde melodioso extraídos das cordas de uma harpa, cujo som nos acompanha a vida até o dia em que alcançarmos o lugar que Deus nos reservou.
Marni
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment