Friday, December 18, 2009
AUTO-CONHECIMENTO
Ser feminina é...
...mais do que ter beleza, charme e estilo. Feminilidade é aquele algo a mais, tão difícil de definir, mas absolutamente impossível de resistir.
Um sorriso ao cruzar as pernas, o movimento gracioso do andar, uma echarpe jogada no ombro. Talvez seja essa a maneira mais exteriorizada de mostrar a feminilidade. Mas, como uma fonte de águas cristalinas, essa qualidade brota dentro da alma para se manifestar das mais diferentes maneiras. Todas elas muito sutis. A feminilidade começa com a aceitação - e talvez até com um certo orgulho - do fato de ser mulher. É com prazer que escolhemos os caminhos da sensibilidade, da delicadeza e do cuidado para expressar nossa alma ao mundo. E há uma sabedoria sutil nessa opção: reconhecemos assim algo genuíno, ligado a nossa natureza mais íntima, que, em certo momento, abandonamos para ganhar liberdade e autonomia. "Ao pular o muro do castelo, as princesas submissas do passado encontraram uma sociedade masculina implacável do lado de fora. Para conseguir espaço, as mulheres tiveram de virar quase-homens", reconhece a psicóloga paulista Lucia Bartolo, autora de Florais de Bach e a Virtude de Ser Mulher (ed. Gente). Equívoco que pode ser reparado a qualquer instante sem perder a liberdade já assegurada.
Espelho meu
Até a década de 70, a penteadeira imperava nos quartos de dormir. Sob o espelho, ficavam perfumes, potes de cremes, caixinhas de jóias, bibelôs, espelhos e escovas com cabo de prata. Era um verdadeiro altar à Afrodite, a deusa grega do amor e das coisas bonitas. Demonstrar o amor à beleza e ser vaidosa era motivo de orgulho. Com os novos tempos, tudo mudou e o kit de beleza foi para a bancada do banheiro. Caixinhas de costura, agulhas de tricô, receitas de família e batedeiras caíram em desgraça. Tudo que ligasse a mulher ao lar ou à própria feminilidade tornou-se indesejável. "As atividades domésticas, os trabalhos manuais e o exercício da sedução não merecem essa condenação. Eles só se tornam negativos se forem restritivos, sufocantes. E se a mulher não consegue se realizar em outras áreas", resume a psicóloga Kátia Fernandes, de São Paulo.
Dedicar-se a arrumar uma mesa com capricho, cozinhar para a família e os amigos, cuidar de sua própria aparência com atenção e tempo satisfazem a qualquer mulher. O amor à beleza e o cultivo do cuidado fazem parte da alma feminina. As francesas, cuja feminilidade é famosa no mundo inteiro, são bons exemplos disso. Elas adoram cuidar-se. Sua sensualidade é temperada com uma sutileza bem feminina. Usam cabelos curtos para deixar o pescoço à mostra, pois a nuca é muito sensual. Os decotes são levemente pronunciados, e as fendas, discretas -- e preferem usar a insinuação em vez da exposição. Ao mesmo tempo, trabalham, dedicam-se aos filhos e ainda adoram ir para a cozinha testar a receita de um grand chef francês.
No Brasil, uma mulher exemplifica como a feminilidade pode ser vivida sempre até em condições muito difíceis. A atriz carioca Patrícia Pillar é, talvez, a paciente de quimioterapia mais feminina do país. O sorriso não saiu do seu rosto, o cuidado ao vestir continua, a delicadeza dos gestos permanece. Ela mostra que a força interna pode ser expressa com suavidade: uma não anula a outra. Essa é a principal lição da arte de ser mulher.
Texto: Liane Camargo de Almeida Alves
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